terça-feira, 28 de outubro de 2014

O Amante

E agora que as luzes de dentro se apagaram
Restaram apenas os postes acesos
Na rua apenas alguns bêbados 
E meus passos rápidos para te encontrar
Meu coração acelerado 
Bate tão forte e descompassado 
Que tenho até medo de não agüentar.
Já estás a minha espera na sacada
E agora não me importa mais nada
Além do desejo de te tocar
Sem demora pulo o muro
Te dou meus braços seguros
Pra que possas chamar de lá 
E fazemos a festa em seu quarto
Enquanto seus país dormem do lado
Eu te invado com todo meu amor
E fazemos ruídos na cama
Sufocando um pouco a chama
Mas sem abaixar nosso calor
E depois de muitos beijos e afagos
O tempo limite se faz chegado 
E tenho que partir
E te cubro inteiro em meu abraço 
Depois me jogo no espaço 
Tentando não cair
Vou embora pela noite voltando pra casa
Feliz da vida porque mais uma vez te possuí

Autor: Ivan Vicente
Para: um amor de poeta
19 de Outubro de 2014
03:40

Minha Vontade

Foi um desejo enorme de uma sensação não cumprida
Talvez uma vingança
Ou apenas uma forma de provar o amor por si mesmo
O desejo de se humilhar pra outro 
As pessoas não vão entender
O desejo de matar o desejo de comer a vontade, a vontade
É o meu prazer
É o meu gozo
É o meu âmago 
Meu íntimo

Autor: Ivan Vicente
Para: aquele que ainda amo
15 de Outubro de 2014
01:44

Marginal

As luzes acesas a cidade se apaga
Como é madrugada ninguém pode sair
Mas como sociedade educada 
Só saem na madrugada aqueles que não podem de dia sair
Aqueles que ficam invisíveis nas pontes
Aqueles que fazem arte nos montes
Aqueles que escutam músicas ditas irritantes
Aqueles que não podem sorrir
Jogados ao breu das trevas
Vivendo apenas do que lhes restas
Sem nunca serem chamados a festas
Porque não tem o que vestir
A cidade cria seus maus filhos
Nega-lhes pão, ombro, abrigo
Eles sofrem nos becos escondidos
Mas a noite dão seu grito
Sim, estamos aqui

Autor: Ivan Vicente
13 de Outubro de 2014
23:05

Poema Incompleto

Esse poema, eu
Eu que me mato e me ressuscito todos os dias só pra não matar o que de alguma forma se alojou dentro de mim. 
E a vontade de me libertar queima, pulsa, chama
Mas eu continuo aqui.
Há sempre ciclos inacabados 
Que nos cercam pelos lados
E vivemos galgando esse espiral
Vencendo a batalha do mal
Descobrindo sempre novos fins

Autor: Ivan Vicente
13 de Outubro de 2014
23:01

Alice

E lá se foi Alice perdida em seu jardim. Alice que por tanto procurar o seu lugar naquele lugar acabou indo além do que imaginava. E como num passe de mágica, após cair no buraco, subiu no mesmo instante desse espaço vazio. Mas para sua surpresa o mundo ali era outro. Era um mundo nojento de caras e bocas. De sorrisos falsos. De abraços sem calor. Alice ficou chocada com tudo o que viu. Ficou tão chocada quanto as pessoas que estavam chocadas olhando para a cara dela. Quem é você? O que está fazendo aqui? Pareciam perguntar aqueles rostos bonitos mas com uma áurea maligna que cegava os tolos que a admiravam. Alice viu que os lugares onde podiam ser seus eram ocupados por quem não merecia o lugar. Por quem só elevava o status de si deixando toda a essência e o cheiro se perder no chão, no ar, nas luzes. Alice viu de perto as boas maneiras, a (má) educação. Ela vomitou por dentro de tanto nojo de tudo aquilo. Ela que era tão simples. Tão tranqüila consigo foi perseguida por todos os lados. Seria o dono daquelas terras a vigiando? Ela era penetra ali afinal. Alice procurou um lugar onde encontrasse refúgio ali. Mas a natureza estava artificial até nas suas organelas. Alice procurou fazer amigos mas era difícil quando os narizes batiam. Logo ela tão arenguenta. Mas de uma bondade que emanava do seu ser. Suas brigas não passavam de birras de uma criança mimada. Mas Alice viu fúria nos olhos de quem não podia se enxergar. Ela ficou assustada. Como que as pessoas podiam estragar um lugar tão bonito? Alice sentiu seu coração gelar quando a força dona do lugar chegou. A rainha de copas jamais se mostraria entre seus súditos. Mas Alice não era sua súdita. Ela a viu. Alice viu a rainha crua. E se encruou do seu cheiro de carne viva podre. Porque era a isso que seu perfume cheirava. Podre. E antes que fosse expulsa daquele mundo. Alice correu desesperadamente pelo seu buraco mágico. E no meio de sua desesperança  sem encontrar. Puft. Caiu. Encontrou. E lá estava Alice no seu velho jardim procurando o seu lugar naquele lugar. E a pobre Alice viu que qualquer lugar dali era seu. Que qualquer lugar dali conversava com ela. Alice chorou emocionada. E a partir de então todos os dias passou a jogar flores no buraco, para tentar semear seu amor.

Autor: Ivan Vicente 
02 de Outubro de 2014
08:26

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

No Muro

E era assim 
Uma festa sem música
Sem som 
Numa noite de luz de poste
Numa neblina tropical
Um mistério de pudor
Onde as peles nuas conversavam por entre as roupas
E esse não é o fim

Autor: Ivan Vicente
20 de Serembro de 2014
03:38

Paraíso

As coisas do coração são mais sensíveis de se ouvir. As cores são mais brandas de se ver. O ar é mais puro que esse que se sente aqui. Era um lugar onde o mal chegava. Caminhava pela casa. E ainda assim tudo era amor.

Autor: Ivan Vicente
19 de Setembro de 2014
10:11

Ciclo

Eu nasci pobre. Também não venho de berço. Eu venho da terra que tiro do corpo. Eu não me sujo com seu perfume. Com seus cremes e panos que cobrem o corpo. Eu não preciso me vestir. Eu encontro a terra quando ela me encontra e ela me cobre. Eu não tomo banho com seus venenos. E essa chuva que cai não me adoece. Eu me tempero e como. Como até me infartar. Se quiser. Mas você pega um garfo e uma faca, pra esconder que tem fome. Enquanto eu devoro e gozo loucamente. Você mata sua excitação. Mas você que olha de cima. Me ver com pena. Coitadinho. O que posso fazer pra ajudar? Meu Deus porque ele sofre tanto? E isso te faz sentir mais humano na hora de dormir. Eu não deixo de me sentir menos bicho. E isso me da uma felicidade tamanha. Porque na hora de ser bicho eu sou. Eu como. Eu bato. Eu gozo. Eu rasgo. Eu durmo pra descansar. E comer comer comer comer comer... E veja só não adianta. Eu trago as energias mas está tudo podre. Está tudo fedendo a artificialidade. E você vem falar que meu sovaco tem catinga. Que meu peido vale menos que seu perfume. Mas vale menos pra quem? Pra você que tem prisão de ventre porque vive com o cu tampado. Pra você que não goza direito. Que come com nojo. Eu te olho e não sinto pena. Seu desprezo por mim te impede de receber meu abraço. Eu trago sangue também fora do corpo. Eu trago as marcas de dor. E dói. Dói. Dói. Dói. Essa mancha não sai. Ela está dentro da terra. E jamais negarei a terra. Eu sou a terra. Eu que sustento suas pernas doentes. Eu que como sua doença. Seus excrementos. Como seu cuspe de desprezo. Seu vomito escondido. Eu te engulo a cada dia e te sujo com minha poeira. Até você sumir. Sumiu. E aqui está você. Porque você sou eu.

Autor: Ivan Vicente
18 de Setembro de 2014
16:46

Lágrimas Secas

A chuva já não é mais água. Ela adoece. A água que bebo, já não é mais água, é uma mercadoria. A água que tomo banho, já não é mais água, é um ciclo incompleto. A água do mar, já não é mais água, é um depósito do que a gente não quer. Entenda minhas lágrimas ao ver a fonte. Entenda minha sede por beber terra. Entenda minha dor por ter que voltar.

Autor: Ivan Vicente
18 de Setembro de 2014
00:13

A Dama

Na sacada da casa passa uma dama
Que de linda e de fama toda cidade conhecia
Sempre estava bem arrumada 
E por sorte ali em minha calçada essa dama se escondia
Peitos fortes e braços grandes
Alguns pelos inquietantes era tão alta que me viu
Ainda tentei me esconder na casa
Mas aquele dama era tão danada que logo que me olhou sorriu
E de cima vi a polícia chegando 
Desci as escadas pensando que enfim teria ela
E assim que abri o portão
Atropelou meu coração fechando todas as janelas
Eu não entendia nada 
Apenas fumava em minha sacada quando vi tamanha beleza
Perguntei então do que fugia
Ela respondeu que se eu não sabia era melhor que continuasse assim 
Dei de ombros meio nervoso
O que eu queria mesmo era seu corpo todo inteiro só pra mim
Sem mais demora puxei a dama
Tentei inútil arrasta-la pra cama, mas era mais forte do que eu
Pediu pra que eu me comportasse
Se não eu ia encarar uma verdade de um segredo importante seu
Eu estava louco de amores
Não me importava o que fosse queria aquela mulher
E a dama já impaciente
Rangendo entre os dentes fez-me de novo ficar em pé
Fiquei embasbacado
Como eu homem não havia notado e porque tanta excitação?
Resolvi parar de pensar besteira
Sempre a quis de qualquer maneira e por que desse jeito não?
Corri pra dama e a beijei 
Sentindo seu sexo até peguei e entre suas pernas me escondi 
Nunca fui tão bem amado em toda a vida
E aquela dama ladra fugitiva me fez gozar como nunca senti
Eu entrei nela e ela em mim
E quando chegado o momento do fim explodimos os dois no ar
Ora dama ora cavaleiro
E assim passamos o dia inteiro fugindo e a nos amar

Autor: Ivan Vicente
16 de Setembro de 2014
10:11

Foz

Eu ali apenas querendo te beber um gole mais
E o vento frio me embebedando além do cais
E a noite escura escondeu a lua no céu
E nem as putas festejaram essa noite no bordeu
Apenas eu me segurando forte a terra
A natureza me acudia como se estivesse em guerra
Me lançou a sorte, caí nas areias 
Corri a capela implorei as candeias
As ondas rebentavam as pedras com violência 
Tentei acalmar o mar mas ele me violentou sem pena
E naufraguei na madrugada sozinho
Sem perceber que no mar também se marca um caminho
E o marujo nunca mais voltou aquele cais
Seu barco aportou nas profundezas gerais
E eu pobre clemente enlouqueci 
Iemanja não podia ter te roubado de mim
Coloco flores sempre nas embarcações 
Quem sabe um dia ela te traz de volta em suas canções
E vou chorando de tristeza o meu marujo que partiu 
Oh janaina me iludiste e virei água de rio

Autor: Ivan Vicente
16 de Setembro de 2014
09:34

Enterro

Chega a noite com sua beleza conservada fria
Pedindo aconchego nessa cama vazia
A uma amor que quando era pra ficar se ia
Deixando a noite sem a sua companhia
Se quiseres saber como ela se sentia
Corre pra rua e sente a forte ventania
E morra a cada partícula de ar como a noite morria
Fazendo das flores uma coroação
Do cadeado o coração
Da cama fez um cachão
Congelando todo o chão
Jaz

Autor: Ivan Vicente
14 de Setembro de 2014
00:41

Dorme Esta Noite o Amor

Dorme esta noite o amor
Os pesadelos sonham
Num degrau mais acima
Cochila a pobre menina
E os males todos se espantam
Selfos fazem parte da existência 
Vai por água toda a consciência 
O icebergue muda de lado
De repente se revive o passado
E as pontas vão se entrelaçando 
Formando de retalhos tamanho 
Um cobertor pro frio da madrugada
E essa criança sem saber de nada
Dorme seu sono inocente
As vezes um sorriso se faz presente
Nesse semblante desacordado 
O zéfiro enfim se faz chegado
E as estrelas são olhos no céu 
A lua lança seu véu 
Vai derramando gotas de chuva
Encharcada de sua volúpia 
Os pesadelos dormem mais cedo
Pobres coitados tem medo
De não terem sonhos tão belos
Como a pobre criança em seu castelo
Feito por papelão e jornais
Nesse repouso encontrou paz
E dorme tranqüilamente 
Enquanto passam carros, bichos e transeuntes 
Dorme esta noite o amor...

Autor: Ivan Vicente 
26 de Agosto de 2014
01:03

Riam-se as Bocas Malditas

Riam-se as bocas malditas num intervalo de tempo incompreensível a imbecilidade.
Jorravam palavras de gozo que penetravam na selva nutrindo-as.
E seus hospedeiros se impregnavam delas, maldizendo sem as deixar.
O espírito de grandeza pesava sobre os seus corpos fortes arrastando-os ao subsolo.
Riam-se as bocas malditas libertas das correntes emparedadas de barro.
E do alto o pingo de brilho dissociável pingava porque a podridão maldita ria.

Autor: Ivan Vicente
25 de Julho de 2014
15:36

Beatriz

Foi num dia qualquer
Que aquela linda mulher 
A aquele rapaz ladrão 
Entregara seu coração 
Ela tão inteligente
Se viu toda assim carente
E ele tão melindroso
Levou a morena no bolso
Prometeu seu castelo a ela
Virou rainha da favela
Jurou-lhe ser eterno amante
Virou mulher de traficante
Jurou uma dúzia de empregadas
Virou uma dona de casa
Jurou não lhe faltar um pão 
E lá foi a mulher beirar o fogão 
E agora o que fazer?
Sempre roupa pra lavar
Sempre casa pra arrumar
Sempre fazer o que comer 
Sua alegria é no fim de semana
Que o Zé ta bacana e leva a morena pra sambar
E se acaba a morena sem pena, bebe sem fazer cinema e no fim seu homem vai amar
No outro dia cedo vai acordar
E lá vai Ze pros seu trabalhos fora da lei
Lamenta a morena e disso eu sei
Mas logo engole o choro
Retoca a maquiagem
Bota a panela no fogo 
Quando sobe aquele cheiro gostoso
Chamada a criançada pro almoço 
Pois assim ela é feliz
Hoje em dia ela é morena 
Mas seu nome de batismo é Beatriz

Autor: Ivan Vicente
26 de Agosto de 2014
01:16

A Vida Seguia

Maria brincava
Pedro sorria
Carolina falava
Tereza sofria
José brigava
Rodolfo adoecia
Beatriz cantava
Carlos comia
Camila andava
Adriana corria
Guilherme matava
Joaquim morria
Lilian trabalhava
Marieta tremia
Júlia cagava
Vanessa trazia
Junior dançava 
Raquel bebia
João pensava
Jessica dormia
Larissa roubava
Manuel se escondia
Ariano arribava
Eduardo caia
Luciana se banhava
Jeferson fedia
Lucas amava
Rafael temia
Eduarda sonhava
Fernando sentia
Caio jogava
Severino perdia
Alice plantava
Carmem colhia
Paulo votava
Dilma vencia
Mario doava
Antônio recebia
Renato necessitava
Ricardo sabia
Leandro contava
Cora saia
Gilda transava
Ana metia
Marta chupava
Juliana se vestia
Amanda gozava
Danilo nascia
Marlon chegava
Zeca partia
Fernando declamava
Nádia ouvia
Euclides filmava
Fábio assistia 
Saulo mandava
Erica obedecia 
Edgar se afastava
Marcela aparecia
Igor cansava
Claudia persistia
Daniel ficava
Hiago desistia
Sávio se formava
Patricia dirigia
Rogério estudava
Judas traia
Jesus perdoava
Madalena existia
Sócrates orava 
Sofia aprendia
Bruno treinava
Tiago fudia
Eu apenas pensava
A vida apenas seguia
Maria brincava
Pedro sorria...

Autor: Ivan Vicente
25 de Agosto de 2014
20:22

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O Cavaleiro e o Menino

Era uma vez um menino triste. Seus olhos eram altivos mas seu olhar cabisbaixo não o deixava admirar a beleza das coisas. Ele escondia um sorriso na boca, que era capaz de amansar os corações mais ferozes. Mas o pobre menino não tinha noção do quão ele era importante. O mundo clamava pelo seu sorriso, pelo seu brilho, pelo seu amor. Mas tudo a ele era indiferente. Ele sentia um vazio dentro de si, sem perceber que esse vazio era capaz de preencher todo o mundo. Pois sim, ele tinha todas as coisas boas que o mundo precisava. Mas um belo dia um cavaleiro audaz chega a cidade. O destemido cavaleiro tinha um bom coração. Porém sua vida era mundana e sem rumo. Ele era temido e admirado. E quando chegou a cidade as reações foram diversas. Mesmo para o triste menino. Esse continuou sua vida normalmente e nem se quer notou a presença do cavaleiro na cidade. O cavaleiro continuava sua vida desregrada. No meio da rua, dormindo em várias camas frias, depois de um fogo azul. E já de manhã quando ia partir, pois felicidade também não achou ali, viu o triste menino. O menino caminhava na rua, com seu olhar baixo, com passos cansados de um ancião. Quando de repente esbarrou no cavaleiro aventuroso. E pela primeira vez o menino tirou os olhos do chão. Ele se permitiu voar. Sentir o vento do céu como se estivesse nas nuvens. Ele permitiu o sol iluminar seu rosto e queimar  suas tristezas. Foi um momento de tanta luz que toda a cidade foi acompanhar o que era. O cavaleiro que selava seu cavalo ficou parado na frente do menino sem reação. Seu coração palpitava como nunca havia palpitado e ele pensou que estava morrendo. Todavia, não conseguiu esboçar nenhuma reação, continuou olhando o menino. Enfim, depois da eternidade dos segundos, o menino conseguiu balbuciar um pedido de desculpas. Mas o cavaleiro não entedia o motivo daquele pedido, já tinha esquecido que o menino tinha esbarrado nele. "Vem comigo" disse o Cavaleiro. Mas o menino não entendeu. Achou o cavaleiro um louco. Mas o cavaleiro manteve-se firme. Pegou as mãos do menino nas suas entrelaçando-as. A energia gerada da união dos dois seres foi tão forte que toda a cidade que os cercavam ficou num êxtase total. O menino não tinha se dado conta mas ele não era mais triste. Todo pesar que ele tinha desmilinguiu e ele era a própria felicidade. O cavaleiro guerreiro se rendeu ao menino. Ajoelhou-se e tomou sua mão. Ele, que já causou tanta guerra, que já conquistou tantas cidades, que já foi expulso de muitos lugares, e que nunca seu lugar encontrou, agora estava ali de joelhos, suplicando da antiga tristeza um beijo, e que correspondesse ao seu amor. E as lágrimas corriam nos olhos do menino. Ele já havia sofrido tanto em tão pouco tempo de existência. E sua resposta não veio em palavras, mas em sentimentos. Escancarou seu sorriso, deixando-se cair nos braços do cavaleiro, que tomou sua boca e a beijou. E subiu na garupa do cavalo, partindo pelos quatros cantos do mundo. Eles que agora eram só felicidade descobriram sua missão no mundo e o sentido de suas vidas.


Numa cidade escondida
Por trás das serras mais antigas
Vivia um pobre menino em sua tristeza
Trancado em si, sem querer nada
Vivia a vida como dava
Sem perceber a sua beleza 
E um belo dia um cavaleiro 
Aventuroso e baderneiro
Foi naquele lugar parar
Ele rodou toda a cidade
Manteve sempre a ebriedade
Sem a felicidade encontrar
E quando já estava de partida
Sente em seu corpo uma batida
E sentiu um olhar lhe invadir
E o menino indiferente
Nem percebeu que de repente
Sua boca estava a sorrir 
A cidade encantada 
Ficou completamente extasiada
Com a luz que dele emanou
Todas as coisas ruins sumiram
Mal sabia o menino
Que ele era feito de amor 
E o destemido cavaleiro 
Estava agora de joelhos
Suplicando por um beijo
E que o menino correspondesse seu amor
E o menino sem palavras
Foi seguir sua jornada
Ao lado do seu salvador
E o guerreiro aventuroso 
Depois de tanto esforço 
Encontrou seu redentor
E eles seguiram pela terra 
Sementando toda ela
De sentimentos bons
E todo mundo sempre paravam
Por onde eles passavam
Cantavam os pássaros vários sons
E assim os dois encontraram o sentido
De estarem tão unidos
De mesclarem o coração 
E espalharam a felicadade
Pelas passadas na cidade
Cumprindo assim sua missão

Autor: Ivan Vicente
21 de Julho de 2014
09:02

Parabéns

E vai me dizer que estou mais velho, mais experiente, mais isso, mais aquilo... Grandes tolos de merda. Qual a medida do tempo? Responda e se torne Deus. Eu vivo todos os dias e todos os dias (até hoje) sobrevivi. SobreVIVEMOS. Ou melhor Subvivemos. De fato o dia em que nascemos , é especial pra nós. Mas isso não significa que o fechamento de uma translação sucumbirá as rotações aventurosas. Eu não sou apenas inverno. Não pertenço ao grande Julio César. Não sou de férias nem da Oxum. Meu santo devoto é são Jorge. Minha mãe é sereia de mar. Eu não sou meu signo. Tenho em mim todas as constelações porque giro junto com elas e volta e meia, Ops, nos encontramos. Minha sorte não é 1+7+0+7+1+9+9+1=3+5=8, embora seja meu número favorito, mas poucas vezes me trouxe alguma sorte. Eu dispensaria mais da metade desses parabéns vazios e sem propósito. Uh, complete mais um ano. E se eu morrer amanhã? Porque parabenizar alguém que você nem conhece só por parabenizar. Que bela forma organizacional. Aplausos sem sentido. Sem sentido. Sim, meus caros, é mais um ciclo nessa contagem imbecil, que não quer dizer nada no fins das contas. Ele um belo dia acordou tinha um número sem decimais. Não quero muitos anos de vida. Eu quero vida. Não quero parabéns por hoje. Até agora não fiz nada que mereça um parabéns. Quando o fizer ficarei grato. Passamos invisível todos os dias e só porque aparece  "aniversário de fulano" numa coisa chamada "linha do tempo", que conta apenas uma parte de nossa vida, a vida que  queremos contar. Muitas vezes que não é nada, aí vamos lá dizer parabéns porque você nasceu, eu nunca te olho, mal falo contigo, mas vamos lá comemorar e te desejar a felicidade que eu não desejo. Pois quando se deseja algo, se deseja com vontade, com a alma. "Obrigado" desde já por esses  parabéns. Sem mais delongas ou passarei a noite toda com meus pensamentos fervendo e quero apenas sufoca-los no travesseiro.

Autor: Ivan Vicente
17 de Julho de 2014
02:34

Transcendência

Essas letras me pisam, cansadas do peso desse balão.
E essas coisas sufocadas no meu peito, me sufocam.
As palavras mortas sempre revivem.
Sempre quem perde esse espetáculo, é quem fecha as cortinas.
Quero uma voz pra levar a saudade que inventei pra me sentir humano.
Nojentos bichos barulhentos!
Infiltrado, continuo minha missão nesse fétido habitat.
Carregando esse monte de carne, enfeitando a carne que está em mim, apenas, apodrecendo.
Gargalho as vezes desses seres! Tão mergulhados em suas loucuras. Oh, vamos pedir a Deus... 
Homens que sabem que sabem, ainda não evoluídos.
Ainda não são homens que sabem que não sabem de nada.
Talvez eu tenha sorte e morra jovem...
Talvez eu viva demais, passando despercebido, pois dá-se tanto valor ao tempo aqui.
O engraçado é que só dão  valor ao que não sabem. Mas dizem que sabe.
O valor aqui está valendo a caca de um recém nascido.
Mas ainda circula esperança no ar. Posso sentir em meus cabelos.
Cercados pelas futilidades mal podem respirar o ar de suas fotossínteses. 
O que existe aqui é o palpável. O conhecimento aqui já foi lançado e nada novo se atreva a chegar.
Existe um exército para combater. É preciso motivo pra guerra? 
Não existe nada além de cana aguada, café sem leite, e umas pedras que por não brilharem tanto são desprezadas...
Queria descobrir meu rosto e poder fazer um lar aqui. Mas é cada vez mais difícil. Eu não passo de um substantivo que homens engomados adjetivisam. Eu sou apenas um gênero pra ser catalogado em número pois não posso me chamar puta que pariu.
Eu não posso ver minhas irmãs nuas. E o que falar dos hermanos então? 
As vezes desço o véu e paro um pouco meu caminho para o que aqui chamam de morte.
Vejo uma imensa romaria, sem tristeza ou alegria, apenas um conformismo flutuante. Coloco novamente meu véu de carne putrefata.
Recolho-me a minha missão e volto a multidão marchando em romaria a um horizonte sem fim. A essas escadas que não sobem nem descem. Nesse caminho de sombras iluminados por luzes que queimam e não iluminam. Onde o homem se destina, buscando seu lugar de Deus.

Autor: Ivan Vicente
08 de Julho de 2014
01:33

Pedaços de Histórias

Em cada canto da cidade há um bocado de saudade
Há uma velha história esperando pra ser contada
São tantos pedaços nossos espalhados...
Sons de risadas que ainda ecoam no tempo
Um ponto de equilíbrio de seres tão desequilibrados, tão distintos que quando dão-se em nó, não se soltam mais

Autor: Ivan Vicente
07 de Julho de 2014
16:41

Novo Rumo

Quando algo não faz sentido
Para se evitar os prejuízos 
E abortar a missão 
Reconhecer então o erro
Possibilitar enfim o acerto
Colocar na frente a razão

Autor: Ivan Vicente
27 de Junho de 2014
02:26

A Concha

Tal qual uma concha fechada
Mergulhada num mar de lágrimas
Guardando no seu lugar mais secreto
Algo tão precioso que nunca se mostrou
Em meio a tantas desilusões 
A tantas fracassadas paixões 
A tanto desespero e desamor
Jogada nesse mar poluído 
De um amor passado, sofrido
Navegá-lo? Quase impossível 
Mas quem diria um destemido 
Em seu navio nele ancorou
E chorou por tantos dias
Lágrimas de dor e de agonia
Sobre essas águas de encanteria
Que há tempos era só esplendor 
E um marujo corsário 
Não deixou nenhum sargaço 
Apenas usou do mar salgado
Depois partiu e não mais voltou
E agora já é noite fria
Marinheiro faz ao mar companhia
E dão-se adeus as lágrimas de agonia 
Despoluindo esse mar com alegria
Devolve a essas águas de volta o calor
De volta o mistério profundo
De volta as cores do mundo
Que lindo marinheiro astuto
Que de seu navio trancado casmurro
Chegou aqui e esse mar encontrou 
Hoje há mar. É possível 
Há mar. Tudo faz sentindo
Há mar. Onde amar era impossível 
Foi esse marinheiro que o salvou
Arrumou todas as coisas que andavam tronchas 
Fez as ondas ferozes ficarem mansas
E no fundo desse mar achou escondida uma concha
Tentou de todas as formas abrir
Bateu, forçou, jogou deixou cair
Insistiu, cansou, persistiu sem desistir
Então gritou apaixonado 
Suplicou ao mar amado
Esse mar ainda amargurado
De todas as formas suplicou
E o mar já brando e sereno
Permitiu ao seu moreno
Responsável por seu dreno
O fim de seu clamor
E o marinheiro tão puro
Viu abrir a concha do escuro
Desarmado de todos os escudos 
Seu tesouro lhe entregou
Naufragou o seu navio
E de repente num vento frio
Tudo o mar levou
E o marinheiro virou um tritão
Cuidando de um coração 
Que o mar lhe entregou
E assim como por encanto
Como amor que existe entre anjos
A concha se abriu em amor

Autor: Ivan Vicente
27 de Junho de 2014
00:28

A Cura do Amor

Eu te dei mais amor que qualquer amor poderia te dar
Você usou, pisou, jogou, fez o que bem quis e deixou pra lá 
E eu fiquei sofrendo, lamentando a rejeição 
Sofri calado um amor desprezado, juntando cacos de um coração 
E ao apanhar mais um pedaço com os dedos cansados, os pés calejados de tanto penar
No meio a tanta gente não mais que de repente esse moço achou de me encontrar
Levantou-me o queixo e com todo respeito ele quis me beijar
E eu sorridente com um novo amor na minha frente mal pude acreditar
Lhe contei toda minha história daquela inglória de um amor passado
E esse homem que amo praguejou pelos cantos e me jogou todos os cacos
Sem arrependimento abriu o peito e de lá dentro tirou seu coração 
Me jurou amor eterno me salvou daquele inferno e não me deixou chorar mais não.

Autor: Ivan Vicente
10 de Junho de 2014
13:15

Menina, Que Olhinhos São Esses?

Esse olhos pequenos, menina
Conversando com os meus
Esse sorriso tão bonito, menina
Rindo junto aos olhos teus 

E eu canto, canto e você a me encantar 
E eu canto, canto, sem parar de te olhar

Oh menina que olhinhos são esses?
Quero olhá-lo milhões de vezes
Quero a luz desse brilhar
Oh menina que me embala na retina
Tão meiguinhos que me alucinam 
Me faz querer feliz cantar
Lá lá lá lá laia laia laia

Autor: Ivan Vicente
09 de Junho de 2014
21:39

Poestrato

A minha vontade era fazer 
Poemas
Mas que poeta eu sou?
Dilema
Não consigo escrever nada
Pena

E mesmo assim se juntam
Palavras
Deito no travesseiro minha cabeça 
Cansada
Que poeta sou, não escrevo
Nada

A fadiga esconde a frustração 
Melancolia
Melhor fechar os olhos já nasce 
O dia
E esse pobre poestrato comece a fazer
Poesia

Autor: Ivan Vicente
27 de Maio de 2014
23:45 

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Fim da Relação

Essa cinza que cai nesse prato vazio
Onde comeste meus sonhos sadios 
E vomitasse esse entojo sem sabor
Que é que eu te fiz amor?

Pra que bagunçasse a minha vida
Como essa tua casa perdida
Da promessa de um futuro bom 
Por que tu aumentas o tom?

Se sempre falo contigo conciliador
Evito brigas, sem esconder o que sou
Me jogo na cama pra você me amar
Ah amor, por que não vens pra cá?

Estou ficando cansado dessas paranóias 
Ou me amas agora ou saio e lá fora
Encontro os braços que tanto anseio
Ah amor, por que me negas um beijo?

Não vou mais me rastejar aos teus pés 
Desculpe cansei, agora tu não és 
Imprescindível em minha vida
Olha ali amor, já encontrei a saída!

Não, não vou deixar de te amar, não 
Mas não vou lamentar esse amor em vão 
Quantos braços encontro pra me consolar
Ah amor, não me falta lar

Não vou mendigar nem prostituir-me amor
Não me julgues assim te peço por favor
Não destrua o que ainda tenho em mim
Ah amor, melhor aceitar que hoje é o fim

Autor: Ivan Vicente
26 de Maio de 2014
16:22

Narciso

Depois de tudo chorado
Sobre esse leite derramado
E esse orgulho por ferir
Depois de tantos enganos
De tantas noites sem sonhos
Enfim se faz a hora do fim
Depois de tantas madrugadas
Esperando no escuro calada
Um amor que nunca vem
Depois de tanta ave Maria 
De viver na monotonia
Sem de fato amar alguém 
Depois de abrir os olhos
De tirar do foco o foco
E acender o meu desejo
Depois de viver intensa dor
Descobri o verdadeiro amor
Na frente do espelho

Autor: Ivan Vicente
26 de Maio de 2014
03:26

Resignação

O que foi dito já não interessa
Nem passado nem futuro pra mim
Quero o que de fato há
E que tudo suma quando eu sumir

Autor: Ivan Vicente
22 de Maio de 2015
22:24



segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Eu Amor

Sendo eu tantas vezes frio
Um coração vazio, de amor
Sendo eu alma desalmada
Pétala no vento jogada, sem flor
Sendo eu fiel e tão amante
Vivendo o hoje delirante, que dor?
Sendo eu uma surpresa no final
Ser cônscio que é mortal, eu amor

Autor: Ivan Vicente
22 de Maio de 2014
21:53

Falsos Socialistas

Viva vós revolucionário! Vós socialistas hipócritas! Viva todos vós que se encaixam no meu sarcasmo! Vós que quereis mudar o mundo, os costumes da sociedade. Que usa uma roupa estranha, que coloca um chapéu estranho, que usa unhas diferentes e meias de cada cor. Vós que querem chocar com seus estilos inovadores. Que entram em seus carros e voltam para as suas casas em andares superiores, de consciência leve por transformar o mundo. Vós que nunca pisaram numa favela e que de fato não ousariam pisar. Vós que teriam vergonha de vestir isso e andar entre becos, aos olhos dos ditos barraqueiros. Vós que que querem mudar o mundo e não mudam seuatos. Um viva a todos vós, companheiros! Que reproduzem ideias tão baratas. Que não exercem essa pouca capacidade de pensar. Que fumam maconha, só por status. Vós que nem de fumar gostam. Vós que dizem que são pobres, mas que saem e voltam de barriga cheia pra casa. Vós que são os precursores dos heróis da revolução brasileira. Quem são mesmo? Che? Marx? Engel? Brasileiros tão célebres no mundo. Vós que reclamam tanto e não enxergam um palmo abaixo do nariz. Que enterram mais ainda os grandes brasileiros. Onde está Tiradentes, além de um feriado no calendário? Onde está Zumbi nos livros escolares? Cadê vossas camisas de Josué de Castro? Por que ignoram a revolução de 1917 em terras brasileiras e exaltam tanto esse socialismo que apenas chegou para combater o "mal". Esse socialismo que subverteu seus valores. E o que deseja é tão somente o poder. Onde estão aqueles torturados além de exposições que vós visitais? Mais uma vez status? Porque não tiram a sandália e entram nas áreas abastardas? Vós que são lobos em pele de cordeiro. Que não olham nunca para dentro. Que insistem em copiar e se inspirar em líderes de outros povos. Vós que criticais o sistema e só ajudam a fazê-lo girar cada vez mais rápido. Em seus carros, apartamentos em áreas nobres, roupas, perfumes, sapatos, com sua arrogância disfarçada. Um viva a vós e essa vossa revolução de merda!

Autor: Ivan Vicente
20 de Maio de 2014
23:53

Poema no Vento

Eu te escrevi o melhor poema em pensamento
E ele voou pelo ar
Palavras não conseguiram expressões 
Não tinha, ponto, vírgulas, nem exclamações 
Mas era de um sentindo além do que um mero sentido pode suportar
Te escrevi um poema sem letras, um som desenhado na luz
Um arco-íris, uma melodia no vento
Pura energia, contentamento 
Todos ouviram, ouvirão esse canto que é mais que amor 
Tão inexplicável quanto Deus
Transcendendo esse povo sonhador
Chega aos teus ouvidos esse poema que é teu

Guerra ao Amor

Senhoras e senhores
Está declarada a guerra
Mais uma guerra sem sentido
E que é que eu sei de sentidos?
Sei lá, só quero guerrear loucamente
Que me venham as armas
E os tiros certos de alvo errado
Vou me jogar bater de frente
Vou lutar com tudo o que puder 
Eu quero esse conflito final
Esse cara a cara de fogo
Quero é explodir no meio
Porque vou me render neste instante
Me perder em certos braços
E rir feliz porque perdi
E esse meu dominador
Me terá como aliado admirador
Ei declarei guerra ao amor

Autor: Ivan Vicente
22 de Maio de 2014
21:46

domingo, 28 de setembro de 2014

Na Areia da Praia

Olhando esse céu de nuvens cinzas
Enquanto a chuva cai em algum lugar
Deitado sobre a areia da praia
Escutando apenas o barulho do mar

Pedindo aos deuses galácticos o brilho da lua
Pedindo as estrelas para que uma delas seja tua

Essa lua que se esconde por estar triste 
Mingua lentamente morrendo aos poucos
E essas nuvens sentidas que a consola
Choram lágrimas frias o tempo todo

Vem o vento por baixo da minha bermuda e camisa
Lá vai meu cheiro pro meu amor nessa triste brisa

As lágrimas cessam e a dor se vai
No céu uma festa, no meu coração a paz
E sei que sou amado e que pensas em mim
Espreguiço-me na areia, doce sereia, e volto a dormir

Autor: Ivan Vicente
19 de Maio de 2014
01:17

Morrendo

Sinto saudades daquele tempo em que não vivemos
Sinto não poder te sentir colado em meu corpo
Sinto não sentir mais teu cheiro em minha pele
E ter apenas comigo só um trago de cigarro e dois dedos de álcool 
Lamento os amigos que afastei por não me aguentarem mais
Choro todas as lágrimas que contive na infância 
Sofro o amor que neguei dar por tantos anos
Definho lentamente numa morte suicida 
E te encontro novamente em algum lugar

Autor: Ivan Vicente
19 de Maio de 2014
02:57

Dois Homens

Esse nosso amor proibido
Por tanto tempo escondido
Em lugares tão sombrios
Esse nosso amor gritante
Que nos fez eternos amantes
Vencedor de grandes desafios
Esse amor que me fez querer perder
Ser prisioneiro desse prazer
Que só em teus braços encontro
Esse amor que vive em tanta saudade
E mesmo assim esbanja felicidade
Que de concreto só tem sonhos
Esse amor que pode ser julgado
Por muitos carrascos como errado
Mas o que é amor se não amor?
Ei de viver sempre ao teu lado
Mesmo que estejamos quase sempre separados
Só sei que te quero como for
Dois amantes apaixonados
Corações encurralados
Em meio a corações 
De longe dando os cuidados
Que se faz tão necessário 
Tanto quanto amor de mãe

Autor: Ivan Vicente
18 de Maio de 2014
02:48

Esse Amor

O silêncio que faz bater esse coração 
Que grita surdamente as forças da natureza 
O amor criado num plano além de qualquer coisa que pareça com compreensão 
O amor que busca desesperadamente seus braços quentes e carinhosos
Esse silêncio que preenche esses espaços de som em preto e branco e que dá mais cor a música que toca na alma
Esse amor que sufoca e mata. Que grita e se cala. Que se faz presente em todos os momentos e nunca é percebido.
Trazendo essa alegria de viver inconscientemente. Por que de que serve a consciência mesmo, se nada é nada? E se de fato nada existe?
Esse amor que morre sempre apenas para 

renascer de novo.
Que vive tudo mais uma vez e que vai sem medo.
Por que ele não se repete, apenas se renova.
Esse amor que faz você tirar o coração do peito e amar amar e amar.
Esse amor que te chapa fluidicamente e não te vicia, apenas contagia.
Ah, esse amor que grita, que canta, que dá sentido aos sentidos.
Esse amor que se faz canção em mim nessa madrugada silenciosa.
E eu danço o amor.
Eu bebo o amor
Eu fumo o amor
Eu canto esse amor
Que brilha meu ser

Autor: Ivan Vicente
17 de Maio de 2014
03:08

Penetra

Você chega fazendo bagunça
Sem pedir licença 
E entra
Se aloja 
Se senta
Só não sente
O sol mente
Somente pra mim
Ilusões que já tive
E esse acredite
Que me agride
Faz com que eu grite
O que sufoco 
Sem foco

Autor: Ivan Vicente
15 de Maio de 2014
12:08

Pegadas Perdidas

Eu senti teu pisar pesar sobre mim com a força de uma pena sem pena 
E meus esforços no caminho angustiante do labirinto sem paredes se renderam ao chão fatigado 
Tentei brotar feito flor, feito capim, feito erva daninha, mas fracassei em todas as tentativas, esterilizei o solo e feneci sozinho
Fui levado pelo vento, num sopro frio e sem vontade. E onde quer que eu ia nunca era um lugar pra mim
Até que fui parar em tua janela, mais um exemplo de teu abandono e nela tive forças para ressurreição 
Fiz de tua casa meu lar sem te tirar de dentro e sem precisar de você
Dei pra sua vida, sem nela entrar, sentido e motivos para sorrir
Fiz da sua vida um complexo, da sua casa um habitat estranho onde você não se achava
Virei seu mundo num moinho sem mexer um dedo ou ter intenção para isso
Eu senti seu pesar pesar sobre mim. E sem pena apenas peguei uma pena e comecei a escrever...

Autor: Ivan Vicente
13 de Maio de 2014
10:37

Nu

Nu
Teus cabelos são pelos nus
Negros em meio a tanta luz 
Nu
Despe a beleza do belo cru
Mistério de águas sombrias
Nu
Pois é o escuro que faz o céu mais belo
Chora lágrimas pretas no dia
Nu
Carrega alma em risos gélidos 
Atum que te abriu em solo fértil
Nu
De amarguras áridas foi teu caminho
Montanhas imensas passos sozinhos
Nu
De noite frio de dia o deserto
Ninguém te viu nunca de perto
Nu
De aparências nunca se vê
O que é válido e sincero
Nu
Rio que corre em mim
Vertigem amor e intempéries
Nu
Até Osíres em ti se rendeu
Mergulhado em sacrilégios
Nu
Tanto pudor por ser só nu
Nem sempre se enxerga de olhos abertos

Autor: Ivan Vicente
Nu é um deus, rio, na mitologia egípcia.
06 de Maio de 2014
22:26

Pedaço de Carne

És tu para o moço 
Nada mais que uma a mais
És tu para os homens 
Um pedaço de carne sem valor 
E ele te come 
Te come 
Te come
Te come 
E que fazes além de ser comida?

Autor: Ivan Vicente
07 de Maio de 2014
00:27

sábado, 27 de setembro de 2014

Com Sono

O sono vence a inspiração
Meu coração pede amor
Mas meu corpo pede cama
A alma padece

Autor: Ivan Vicente
20 de Dezembro de 2013
00:15




Último Trago

Teu amor durou um trago de  um cigarro 
Foi fumaça se espalhando no ar
E na angústia de te tragar mais um pouco
Fumei toda carteira tentando te achar

Eu te dei amor e momentos de alegria 
Noites e dias te entreguei meu coração 
E você tão mesquinho, me negou qualquer carinho
Me abandonou sem compaixão 

Andei sorrindo escondendo meu penar
A lembrar da tua ausência nos dias de tua presença 
Em que só o corpo estava lá

Olha essa porta estará sempre aberta
Se quiser vir tem no meu corpo o seu lar
Deite na cama tire a roupa se entregue
Beije minha boca até que eu perca o ar

Eu só te desejo felicidade e tantas coisas boas
Que um dia encontres um alguém para amar
Só não esqueça que um alguém que te ame tanto
Esse tu já tens e não precisas achar
Pego mais um cigarro pra fumar...

Autor: Ivan Vicente
Para: dos Santos
06 de Maio de 2014
07:22

No Enterro

A morte morava em teu peito
E a angústia em meus olhos
A dor o amor os anseios
Não restou nada além de uma foto

Flores sem cores sem cheiro sem flores
Te enfeitavam sem nenhuma beleza
Tu que sempre fostes de tanta alegria
Hoje só nos espalhava a tristeza

Teus lábios mortos ainda eram  seduzentes
O regresso das lembranças escondidas
Páginas ocultadas de nossa história 
Páginas mais bem escritas de nossas vidas

Adeus de viúva filhos e filhas
Esses que te deram uma família 
E eu teu amor, mais puro, eterno amante
Sufoco tudo por amar outro homem

Autor: Ivan Vicente
27 de Abril de 2014
00:59

Pedido de Desculpas

És a tu que quero dar a última rosa do mundo!
A quem quero dizer minhas últimas palvras "eu te amo"
E é teu rosto que quero levar na passagem pro além!

E se isso já não for o bastante pra preencher esses intervalos de batidas do teu coração...
Se não for o bastante para dar harmonia a canção que me hipnotisa feito uma sereia a sua isca...
Se não for o bastante pra ti o meu amor...

Eu morrerei de novo. E de novo. E tantas mais vezes forem precisas. Até o dia em que nossas vidas se unam novamente...

Autor: Ivan Vicente
Para: Adriano Sampaio
19 de Abril de 2014
17:25

Peixinho

Sendo tu peixinho com esse imenso oceano a desbravar 
E eu aqui tão arredio sendo água de rio que foge de mar
Te lambo, chacoalho turvo tuas águas do remanso
Vem para perto de mim Vem meu peixinho que te banho
Com águas que nunca tu viu passar
Se és tu no ar passarinho
Se és tu no mar peixinho
Que hás de ser em meu coração?
Se canta me encanta na gruta
Me ama com a maior volúpia 
Que hás de ser em meu coração?
Meu coração é mar sem fim
Mergulha peixinho dentro de mim
Não é gaiola, não é aquário, não é prisão 
As águas desse oceano são tão ruins
Amor tu terás aqui
Que hás de ser em meu coração?
Se joga peixinho

Autor: Ivan Vicente
05 de Abril de 2014
00:28

Sem Você Sou Nada

Eu, que sou sem você?
Além de um vão vazio
Um par de asas que desatina 
Um rio parado a evaporar
Eu que sou sem você 
Se não chego nem a ser eu
Não sou nem se quer um pedaço 
Não sou nada

Autor: Ivan Vicente
25 de Abril de 2014
23:47

Coração Naufragado

Vem queimando meu coração 
Como onda de sangue quente embebecido
Tsunami em mim 
E me remexo, me assusto
É rio que não corre pra baixo
Rema amor no sangue
Naufraga amor
E eu estou perdido 
Eu estou perdido
E esse amor embebecido
Que nesse sangue mergulhou
Nunca mais voltou
Nunca mais voltou

Autor: Ivan Vicente
21 de Abril de 2014
21:58

Canção do Dia

Música que me toca nos olhos 
Se faz mais que poesia
Pinta um arco íris no céu e colore esse nosso dia
Se faz canção em mim
E me leva no vento
Me embala redemoinho gigante
De lágrimas de contentamento
Só melodia no meio dia
Canta só sol
E o coro se radia 
Faça em mim folia
Cante o amor divino
Destranca essa tranca que me tranca em mim
Ei canção me leva de mim
Me leva pra mim
Harmônica confusão do que sou
Do que sei
Toca a alma
Calma
Conclama clama cama
Cama cama cama cama
Me embala canção que já vou dormir

Autor: Ivan Vicente
24 de Abril de 2014
23:20

E Se Eu Passar dos 30?

Sabe as vezes eu fico pensando
E se eu passar dos trinta anos?
Nunca me programei pra isso
Sempre imaginei minha vida até os 30
E se eu passar dos trinta?
Será que vou ter fracassado na vida
Por não atingir a morte na data programada 
E terei que passar mais tempo no inferno por isso?
E eis que eu chego na casa dos vinte e olho pro lado e só vejo água nesse oceano
Percebo que há tanto pra se fazer
E que o tempo é tão curto
Mas hei de conseguir

Autor: Ivan Vicente
05 de Abril de 2014
00:49

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O Fim

Chega desse amor mesquinho
Eu quero mais pra mim
Vou procurar pelo mundo carinho
É isso mesmo amor, é o fim.

Autor: Ivan Vicente
08 de Janeiro de 2012
08:02